Dente de leão, liberta tuas sementes para voar
Como liberto meu sonho, que viaja incompreendido
Não os alcançarei, e sei, sempre soube, que eles não irão voltar
sinto a fumaça tóxica em meus pulmões e o prazer na dor contido
As cinzas que voam acima do grande céu nebuloso
O desejo por paz, sussurrado pelos meus olhos distantes
Um único momento fora da realidade, mal impetuoso
Todos os sentimentos abafados por meros instantes
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Julia
Pontos de luz tremeluzem timidamente no céu
A luz pálida da vela cria um espetáculo nebuloso
Uma névoa cósmica paira sobre nós, como um véu
As estrelas se movem lentamente, em um baile pavoroso
As nuvens em tons de cinza tentam lutar contra o vento
Sabendo que cederão e à outro sonho serão levadas
Enquanto o céu continua cantando seu suave acalento
Fazendo adormecer as estrelas, pelo Sol apagadas
Meus olhos abrem-se, desejando ver teu semblante
Esperando que teu olhar finalmente o meu encontre
Julia, chama que arde em mim, arde de prazer e deleita-me
Julia, tão assim chamado o amor teatral, acorda-me
sábado, 11 de dezembro de 2010
Pura Flor
Sensibilidade superflua escorre pelos seus dedos
Fátuo calor dissipa-se lentamente, lamentando
Lamento saber que os tenho todos, receios, medos
O precipício é quase irresistível, me chamando
Entornarei toda a tua essência, se deixar-me provar dela
Preservai-te, ó rosa em botão, deixe-me ser o primeiro a vê-la
O primeiro a sentir teu aroma, o suave toque de teus lábios
Pretexto
Ele a olhou como se ela fosse única
A desejava como se fosse a ultima
A amava como se fosse correspondido
Olhava o céu com olhos de sonhador
Via as coisas como se fosse poeta
Pensava como quem iria viver para sempre
Mas escondia-se como se fosse sozinho.
Andava como se não houvesse ninguém
Olhava pro nada como se estivesse alguém
Imaginava que poderia libertar-se
Sabia que não podia enganar-se.
Tinha muito medo de desaparecer
E coragem de enfrentar a brasa
Porém só espera pelo último suspiro
Para descançar, como se estivesse em paz.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
só uma
Acorde cedo, para ver o sol nascer, para beijar sua mulher
Para pegar as rosas com orvalho escorrendo pelas pétalas
Para ver os pássaros cantando canções desconhecidas
Aproveite o momento, ele disse, então siga suas sábias palavras
Outro abraço, algum outro beijo, um raio de sol no rosto
O vento na face, a despedida melancólica, o céu azul
Azul e rasgado por nuvens suaves, cortado por pássaros
Ouça o som do riacho, e lembre-se: a vida é bela
Corra descalço e sinta a grama macia em teus pés
As gotas de chuva escorrendo pelo teu rosto
Os trovões iluminando a clareira, o caminho
Ouça a música, e aproveite o momento, a vida;
Pois ela é só uma.
Talvez
Não posso esperar pelo Sol, tenho que ir agora
Não posso esperar a luz, tenho que me levantar
Me ajude a levantar pela ultima vez, carruagem
celestial, me leve até o porto, pois preciso zarpar
Preciso de um lugar silencioso, para pensar
Preciso me isolar, para procurar a paz, talvez
Ou então, te encontrar, ou quem sabe me apaixonar
Todos tiveram seu momento, agora quero minha lucidez
O choro gritado que me atormenta não para, não cessa
E minha mente grita como um condenado à morte
As portas da percepção estão se fechando, distantes
Mas não posso esperar pelo Sol, tenho que ser forte
Anjo caido
Deitado no gramado, numa noite sem luar
Os fantasmas não me atormentam mais
Corvos continurão me amaldiçoando
E os abutres continuaram zombando
Acompanhado pela lua, seguido por sombras
O fogo se inicia nos meus passos
E impérios caem um a um à minha frente
Pois sou o anjo que caiu
Não me importo com o apocalipse
Simplesmente caminho, estrada para lugar algum
Guiado somento pelo meu instinto
E fortalecido pela dor de estar longe de casa
Continue
A lua está atrás de um véu de névoa
Iluminando as mentes ofuscadas pela glória
Brilhando com uma luz tão moribunta
Fechando as portas dessa efadonha estória
A borboleta de plástico que voou janela afora
Levava consigo meus anseios, minhas dúvidas
Espero que ela volte com respostas e agrados
Pois ela levou em suas asas a esperança vivida
Os olhos cansados espreitam pela janela
As árvores sem flores, sem pássaros, mortas
Pensando em sua história e seu trajeto
Que como a árvore, estava retorcida, torta
Abaixe-se e pegue os pedaços de teu orgulho
Coloque-os juntos, pela ultima vez, e se levante
Agora use tua intuição e caminhe no escuro
O grande perigo que te espera agora é relevante
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Sonho de uma realidade imaginada
Não sei se foi o café que estava fraco, ou se foi a chuva que caia la fora,
Mas eu adormeci e sonho nenhum eu sonhei, mas acordei num lugar sonhado.
O lugar onde dois copos de bom whisky alegravam um coração, e ninguem reparava na poeira da estante,
Ninguem olhava por cima do ombro quando andava numa rua escura, e nem atravessava a rua com medo de ser assaltado
Todos olhavam o céu para ver seu azul límpido, e não com medo de que os anjos desçam a terra e leve os pecadores
Mas a realidade é austera, não me deixa sonhar, me trazendo a tona com suas garras frias
E percebo que estava mesmo sonhando, debruçado em minha mesa.
domingo, 17 de janeiro de 2010
.
Quando o meu caminho está escuro
O brilho em teus olhos ilumina-o para mim
E quando estou triste e sozinho
Me lembro do seu abraço e fico feliz enfim
Quando você sorri para mim
Um feixe de luz ilumina meu coração
Até parece que crio asas
Pois sinto que perco o chão
E estes são os versos de um poeta
As letras tremidas de um apaixonado
O sonho distante de um sonhador
Que deseja estar ao teu lado
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
cruel
como escapei do teu olhar?
olhos cheios de lágrimas, escondidos na chuva
olhar severo porém sincero, verdadeiro
teu olhar apaixonado, lágrimas no teu rosto delicado
também vi olhos moribundos
tão sombrios, tão pesados
olhando para o vazio
esperando a morte bater à porta
oh melancólica despedida
malefício que se esconde em minha mente
ai de meu coração malfadado!
cruel é este destino
que assola minh'alma
e me faz um monólogo de dor
olhos cheios de lágrimas, escondidos na chuva
olhar severo porém sincero, verdadeiro
teu olhar apaixonado, lágrimas no teu rosto delicado
também vi olhos moribundos
tão sombrios, tão pesados
olhando para o vazio
esperando a morte bater à porta
oh melancólica despedida
malefício que se esconde em minha mente
ai de meu coração malfadado!
cruel é este destino
que assola minh'alma
e me faz um monólogo de dor
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