segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ícaro?

O triste céu cinzento chora sobre mim
O palhaço não mais ri, eu nunca mais me vi
O silêncio já não grita, a tormenta teve fim
As cicatrizes ficam, mas os motivos já não existem
O espelho não voltou a julgar, as coisas não saem do lugar
As palavras agora são mais belas, e os sonhos em voar insistem
As asas não se cansam, indo cada vez mais alto, sem temor
O medo não me acorrentou outra vez, como muitas vezes já o fez
Porém quando se voa acima das nuvens o próprio Sol o limite têm de impor
Derretendo a cera que une minhas penas, me fazendo cair em um monólogo de dor

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Decadência

O murmúrio incompreensível da lua ecoa pelas eras
Tal olhar tímido que te absolve da vida
A penumbra que encobre o céu, estrelas frutíferas
O cansado viajante, buscando pela chama ávida
Sua mão sedenta alcança o espelho pálido
E se atira no abismo, sem medo, impávido

Aquele que esperou com ansiosidade
Que a encontra, e a observa com olhar sagaz
Porém não a toca, não a sente, oh insanidade
Ela não esperou, não, ela não olhou para trás

Os trovões reluzem ainda distantes
A fumaça dança no ar, dando adeus à sanidade
Minha alma canta notas dissonantes
Clamando por um momento de paz, por piedade

E de tal parábola só uma conclusão posso tirar:
Eu não amo o amar