sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Devaneio

Talvez um beijo na tempestade

Quem sabe um olhar na chuva

Um abraço antes que seja tarde

Ou um anel sob a luva

Um sussurro na ventania

Uma lágrima na agonia

Quem sabe eu sou assim

Só uma folha no vento

Um arranhão no tempo

Que desconhece o fim

terça-feira, 19 de julho de 2011

Simples assim

Fingiu ser estrela e foi Sol
Brincou de amar e fez a lua
Beijou a terra e nasceu a vida
Vida jovem, pura, nua.

Assim, como quem nada quer
Amou a terra e a fez mulher
Um sopro de luz nos pulmões distantes
E fez-se uns olhos de diamante

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Teatro espacial

No céu vemelho de marte
Na atmosfera inquieta de saturno
Teus cabelos de sol sob o luar soturno
A dança dos teus olhos... Arte

Teu sorriso me fez sucumbir
Caí em uma aurora solar
Os sonhos não desejam sumir
E o meu desejo é voar

Vôo no oceano de netuno
Sentindo a turbulência de sua ira
Do teu amor eu fui o gatuno
No tempo em que a terra ainda respira

Sonhos distantes

Sonhos passageiros
Sorrisos ligeiros
Olhos embaçados
E lábios selados
Distantes pecados
Tão rápida alegria
Como passos enevoados
Em uma rua vazia

Em um pequeno lago

Eu penso nos cisnes
Eles vivem tão rápido
Como se não importasse
Fazendo de conta

Brincando de não ter amanhã
Escrevendo nomes na areia
Vendo palhaços no céu
Se escondendo das estrelas

Fingindo que a vida é bela
Querendo navegar sem vela
Voar no espaço, ir pra lua
Enrolar um sonho, fuma-lo na rua

Eu penso nos cisnes
Quietos, no seu pequeno lago
Como se fossem livres
Como se brincassem de algo

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Beirando o horizonte

Boca que se fecha para nunca mais abrir
Olhos que se calam pra nunca mais sorrir
Silêncio que se instala e não vai embora
Sol que nunca brilhará como brilhou outrora
Outono melancólico, por favor, me abrace
Deixa te amar, finja que feliz é minha face

O adeus nunca aconteceu, mas o olá é sempre bem vindo
Queria te deixar saber de onde vim, onde estou indo
Tantos passos até um destino cansado, tão fatigado
Mas só desejo teu rosto, só preciso do teu olhar
Pra finalmente poder fechar meus olhos e voar

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Aura violeta

Cavalos selvagens, eu juro
Nas dunas da lua
Livres, sem futuro
Filhos de uma terra nua

Mãe psicodélica, sem motivo
Com amor semeava a paz
Tão bela, tudo vivo
E de calada ela se faz

Tão alegre esse sorriso
Sob o sol, um céu de esperança
Uma flor que floresce sem aviso
Uma borboleta, que o céu alcança

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Festival em outro lugar

Um lugar grande e gramado
Com duendes e cogumelos em todo lado
Um lago suave, que acaricia a Terra
E o campo em um grande abismo se encerra
Esse é o meu lar
Onde é eterno o luar

Durante o solstício um festival começa
Com música, amor e paz à beça
Todos juntos, almas a dançar
Todos juntos, crianças à brincar

Pequenos profetas passavam a paz de mão em mão
E os xamãs que dançavam, maior ritual até então
Até que so Sol voltou a reinar
E as estrelas fez recuar
A magia ia embora, vagarosamente
Um sentimento que dura eternamente

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Tu...

Teu sorriso purifica minha alma
Teu olhar me infecta como uma tempestade solar
Teu perfume é minha calma
Teus lábios se moviam como ondas
E eu me senti como uma pequena tartaruga que pela primeira vez sente o mar.

Na tempestade tu és meu farol
Tu és minha luz quando tudo mais é escuro
Esqueço todos os morcegos e cigarros, e vejo-te como o sol
Mas longe de ti eu sempre volto pro mundo real. Frio, duro.

Mar de cores

Mergulhe na psicodelia, respire o ar espacial
Cavalgue no cavalo marinho, respire a incerteza
Contemple da sereia a beleza, e a canção essencial

No mar de cores eu navego
Eu pesco, vejo filme antigo
Eu viajo, viajo (aperte bem esse ai, marujo)
E fico de náufrago na tua ilha de prazer

Num mar de cores eu me banho
Eu me vejo, eu me ligo
eu me afogo, me afogo (esse é dos bons, capitão)
Ainda bem que tu é minha salva vidas

Na praia lunática eu me debato
Eu respiro, eu luto comigo
Eu morro na praia (a ponta é dos gnomos)
Terra à vista, nem ligo

domingo, 29 de maio de 2011

Liberdade é...

Liberdade é o vento embaixo das asas de uma andorinha
Liberdade é poder se sentar pra ouvir a música do oceano
Liberdade é a fumaça dançando ao vento, sob a luz de uma lua fria
Liberdade é o que eu sinto quando teus braços me prendem
Liberdade é o vôo das sementes de um dente de leão
Liberdade é o florescer de uma rosa, em uma primavera sem fim

sábado, 28 de maio de 2011

Fábula

Era uma vez um coiote do deserto, que se apaixonou por uma raposa himalaia. E, mesmo com a distância entre eles, ele podia falar que ainda a ama, usando a Lua como mensageira. Ele uivava, fazendo declarações para sua raposa, e a lua as escrevia com sua luz nos lagos gelados do himalaia. Certa vez o coiote tentou encontrar a raposa, mas seu pêlo curto do deserto não aguentou o frio extremo. Então a raposa se aventurou pelas pradarias desérticas para encontrar seu amado... Ela chegou ao anoitecer, e a lua já brilhava no alto do céu, ela ouviu, distante, uma voz familiar dizendo: Eu te amo! Era o coiote uivando seus acalentos de amor para a lua, sua mensageira transcendental. Foi quando os dois olhares se cruzaram. E eu era você. E o que eu vi, fui eu.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Universo Inconstante

A terra faz uma dança cósmica com o Sol
E a Lua canta para os homens, os hipnotizando
Os fios de luz caem para que nós possamos subir
Para participarmos do festival espacial

Vênus ainda brilha no horizonte, distante
Enquanto deslizamos pelos anéis de Saturno
Segure minha mão, confie em mim
Vamos mergulhar no infinito, pra encontrar o início
E tentar nos perder do fim

Meus olhos estão fechados, mas continuo a te ver
Minhas mãos estão frias, mas ainda posso te sentir
Tudo está em silêncio, mas sua voz ainda ouço
Então me sinto obrigado a perguntar:
Is there anybody out there?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ícaro?

O triste céu cinzento chora sobre mim
O palhaço não mais ri, eu nunca mais me vi
O silêncio já não grita, a tormenta teve fim
As cicatrizes ficam, mas os motivos já não existem
O espelho não voltou a julgar, as coisas não saem do lugar
As palavras agora são mais belas, e os sonhos em voar insistem
As asas não se cansam, indo cada vez mais alto, sem temor
O medo não me acorrentou outra vez, como muitas vezes já o fez
Porém quando se voa acima das nuvens o próprio Sol o limite têm de impor
Derretendo a cera que une minhas penas, me fazendo cair em um monólogo de dor

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Decadência

O murmúrio incompreensível da lua ecoa pelas eras
Tal olhar tímido que te absolve da vida
A penumbra que encobre o céu, estrelas frutíferas
O cansado viajante, buscando pela chama ávida
Sua mão sedenta alcança o espelho pálido
E se atira no abismo, sem medo, impávido

Aquele que esperou com ansiosidade
Que a encontra, e a observa com olhar sagaz
Porém não a toca, não a sente, oh insanidade
Ela não esperou, não, ela não olhou para trás

Os trovões reluzem ainda distantes
A fumaça dança no ar, dando adeus à sanidade
Minha alma canta notas dissonantes
Clamando por um momento de paz, por piedade

E de tal parábola só uma conclusão posso tirar:
Eu não amo o amar

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Fantasias da lua

Êxtase espacial sentido na nebulosa de andrômeda,
Sentidos caindo em um poço azul escuro, psicodélico
A mãe Terra te quer de volta, loucura efêmera
Volte e a abrace, abrace a prima vera, o verão homérico

Ecos do fundo do oceano, imagens da imensidão do céu
Alucinações das profundezas da mente, sensações
Delírios transcendentais, a resposta atrás do véu
Orgias celestiais, ápice de prazer nas constelações

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O antiquário

Eis que um jovem entra em um pequeno antiquário nos subúrbios de londres, o pequeno sino que soou quando abriu a porta o deixou um tanto inquieto. Uma vitrola arranhava um velho vinil, fazendo uns ruidos e, hora ou outra, tocando trechos de músicas estranhas a seus ouvidos franceses. Debruçou-se sobre o balcão e olhou em volta, um relógio cuco pendia num canto, seus ponteiros estavam parados, mas o tic tac continuava, como se o pequeno pássaro de madeira ainda tivesse esperanças de saltar de dentro do velho relógio em forma de casa... A raposa empalhada parecia fitá-lo, preparando em seu íntimo um ataque sorrateiro conta o visitante. Ele estava inquieto e encomodado com o clima pesado do local, então, no ápice de seus calafrios, a porta detrás do balcão abre-se de sopetão, e um velho senhor sorri e acena para ele, logo depois se sentando em sua cadeira de balanço. Em seus braços destacavam-se algumas queimaduras, aparentemente de cigarros, e seus olhos entreabertos olhavam esperançosamente para o possível cliente.

-Você poderia me dizer onde fica a rua Piccadilly, monsieur?

O velho homem levantou-se, se apoiando na velha bengala, e deu um tapa de leve na vitrola, que tocou o seguinte trecho de uma canção: "Witness the man who raves at the wall making the shape of his questions to Heaven"

Com isso o cuco saltou do relógio e caiu em cima do balcão.

-Acho que você está atrasado.- Disse o velho.

O homem saiu o mais rápido que pôde de tal lugar, e jura que ao abrir a porta pra sair não ouviu sino algum, mas não teve coragem de voltar seus olhos ao lugar do qual acabara de sair.

winter

When the sun is far away from the Earth and it doesn't heat up her with his candescent passion
The cruel winter embraces her, and digs his cold claws in her heart
And everyone run to hide of the winter, they hide them selves at their red casinos
With fear of seeing the merciless face of the winter, with fear of hearing his scream

The cold wind still singing the winter's song, wich brings the deep suffering to me
Oh, winter, if you know what is pain, if you ever know what is feel the death breath
If you still being a son of mother nature, let me live, please, go away

Just let this fire being live, to heat me, to make me feel alive, oh winter
C'mon, honey, sit next to me, next to the flames, let's wait this cold winter end...
Wait this cold winter end...